Páginas

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Fisiologia Humana: Aula 7: Fisiologia geral do SNC e SNA



Fisiologia Geral do SNC
O SNC


Região Encefálica

O hipotálamo



Função e Características Gerais
Funções: Controle das funções vitais involuntárias e reflexos (respiração, pressão, temperatura, digestão dos alimentos e absorção de nutrientes, controle da musculatura esquelética (movimentos), liberação de hormônios, entre outros). Formação da memória, sensações, emoções, iniciativa, planejamento de ações voluntárias entre outras atividades.
As informações (periféricas) são integradas e as respostas montadas em três níveis. Medular, sub-cortical e cortical.
Formado por vários órgãos, tecidos e feixes (tratos).
 As principais células do SNC são os neurônios. Além das células da glia.
100 Bilhões de neurônios se comunicam através de sinapses químicas e elétricas. Cada neurônio faz e recebe centenas a milhares de sinapses.
Nas sinapses químicas são liberados neurotransmissores para comunicação entre as células nervosas.

O neurônio











Neurotransmissão


Neurotransmissores

Definição: SQ (substancias químicas) utilizadas para comunicação entre os neurônios.
Natureza química: aminoácidos (glicina, glutamato), derivados de aminoácidos (serotonina, Noradrenalina, dopamina, histamina), peptídeos (encefalinas, endorfinas), açucares (adenosina) e outros (acetilcolina).
Produzidas a partir de moléculas precursoras, através de reações químicas enzimáticas, e armazenadas em vesículas para posterior liberação para a fenda sináptica.
Liberação das vesículas - Cálcio dependente. Fadiga e depleção de neurotransmissores.
Atuam sobre receptores pré e pós-sinápticos. Gerando potencias estimulatórios ou inibitórios ou ativando e desativando enzimas na célula alvo.
Um mesmo neurônio pode produzir e liberar mais de um neurotransmissor.



Síntese de Adrenalina









Mecanismos de ação dos neurotransmissores

Receptores de membrana. Glicoproteínas (uma ou mais cadeias de aminoácidos).

a) Ativação direta de canais iônicos: abertura de canais de cloro, cálcio, sódio entre outros.
 
b) Receptores ligados à proteína G: Inibição ou Ativação interna de adenilato ciclase ou fosfolipase (diminuição ou aumento de produção de AMPc, DAG (diacilglicerol) e IP3 (trifosfoinositol) ,  abertura ou bloqueio de sódio, potássio, cloro, cálcio (modulador enzimático).
Os efeitos sobre as células cessam quando o neurotransmissor é removido ou metabolizado na fenda. A metabolização ocorre por reações catalisadas por enzimas (geralmente existentes na fenda, em uma das duas células da sinapse).
Pode ocorrer perda da função dos receptores com a ativação ou o bloqueio contínuo dos mesmos (taquifilaxia) – Tolerância.

Principais neurotransmissores

1) Dopamina- sistema límbico - circuito de recompensa.
Fenômenos comportamentais e motores; prazer, motivação, sensação de euforia.
Principais receptores: D1 e D2. 

2) GABA- (ácido gama-amino-butírico) - neurotransmissor de ação inibitória, atenuando os efeitos da excitação quando gerada de forma inconveniente por outros neurotransmissores.
40% dos neurônios do SNC.
Principal receptor = GABA A – promove a abertura de canais de cloro, diminuindo a geração de impulsos nervosos nos neurônios pós-sinápticos.

3) Serotonina ou 5HT- todo o SNC e principalmente no tronco encefálico e nos núcleos da rafe.
- Efeito modulador geral da atividade psíquica
-          Regula o humor, afetividade, o sono, a percepção da dor, a atividade sexual, as funções cognitivas, além de inúmeras outras funções fisiológicas como a temperatura corporal e atividades hormonais.
- Receptores principais denominam-se 5HT1 e 5HT2.
 




4) Acetilcolina- funções do SNC: memória (hipocampo) e a movimentação neuromuscular.
- Após o seu uso a acetilcolina é desativada ainda na fenda, através da atuação da enzima acetilcolinesterase.
-          Existem dois tipos de receptores para a acetilcolina: os nicotínicos e os muscarínicos.
Os receptores nicotínicos (canais iônicos de sódio) de natureza estimulatória.
Os receptores muscarínicos tipo 1 e 3 (ligados à proteína G) estimulatórios.
Os receptores muscarínicos tipo 2 (ligados à proteína G) inibitórios.

5) Noradrenalina- neurônios do locus ceruleus no tronco encefálico que ramificam para extensa área do SNC.
Dois tipos de receptores (α e ß).
Neurotransmissor responsável pela integração das várias regiões do encéfalo em resposta aos impactos estressores externos.  Controle da pressão sanguínea, controle dos estados afetivos em ação paralela à serotonina. Participa nos processos de sedação e analgésica por ativação dos receptores chamados α2 (inibitórios). 

6) B-Endorfinas e encefalinas - opiláceos endógenos.
Neurotransmissores de áreas do diencéfalo e do mesencéfalo (nucleus accumbens), importante na regulação da dor.
As B-endorfinas são liberadas pela hipófise posterior (neurohipófise) - neuro-hormônios.
Os principais receptores das endorfinas são os receptores opiáceos - receptores Mu, delta e kappa.




Controle do SNC sobre a Musculatura Esquelética


Reflexo motor (arco-reflexo)










Controle dos movimentos voluntários

Controle motor piramidal: Ordem direta do córtex motor para os neurônios motores. Menor interferência de outros órgãos e tecidos do SNC.

Controle motor Extrapiramidal: Muita interferência de outros tecidos e órgãos do SNC. Controle dos movimentos musculares complexos e finos (escrever, pinçar, segurar), locomoção e reflexo de postura.











Estímulos somestésicos (sensoriais) e seus receptores

Sensações somestésicas são aquelas de origem na superfície do corpo ou em estruturas profundas.
Tato
Pressão
Calor/frio
Dor
Angulação das articulações.

Receptores de Estímulos Fisiológicos
Células modificadas capazes de gerar potenciais de ação (impulsos nervosos) a partir de estímulos externos ao corpo específicos.

Classificação dos receptores fisiológicos:

Mecanorreceptores: canais de sódio são abertos por distensão da membrana
Ex. barorreceptor, receptor de ponta expandida, receptor e pacini, corpúsculo de meissner e de kreuse, terminal de ruffini, receptores cinestésicos da articulação, fuso muscular, terminações nervosas livres (nocicepetor - dor).

Quimiorreceptores: potenciais gerados por substâncias químicas específicas: Ex. papilas gustativas, células olfativas, nociceptor.

Receptores eletromagnéticos: geração de potenciais por comprimentos de ondas eletromagnéticas.
Ex. terminações nervosas livres (criorreceptor, termorreceptor, nociceptor, cones e bastonetes (retina - visão)).

Principais receptores somestésicos









Principais receptores somestésicos da pele (pressão, tato, dor).







Condução somestésicas pelo SNC

Vias Aferentes – Condução Sensorial da Periferia para o Sistema Nervoso Central

1.Sistema Coluna Dorsal – Lemnisco Medial
- Suas fibras decussam no bulbo fazendo sinapse no núcleo cuneiforme e grácil, ascendendo ao tálamo (núcleo póstero-lateral ventral).
- Possuem grandes fibras nervosas mielínicas: Aa, Aß.
- Alto grau de orientação: distinção entre dois pontos.
- Detectam vibrações, pressão, sensações epicríticas




2. Sistema Ântero-Lateral ou Espinotalâmico:
- Suas fibras fazem decussação medular ascendendo ao tálamo.
- Baixo grau de orientação.
- Compostas por fibras mielinizadas menores ou não mielinizadas: Fibras C e Fibras Ad.
- Responsáveis por sensações dolorosas, térmicas, tato grosseiro, cócegas, coceira e sensações sexuais – sensações protopáticas.



A DOR

Classificação da dor

Quanto ao tipo:
 
Referida ou irradiada: Sentida em local diferente da sua origem e esta é também chamada de visceral. Ramos das fibras viscerais fazem sinapse na medula com os neurônios que inervam a pele.

Projetada: Não há comprometimento do receptor e sua origem. Ocorre pela estimulação da via. A atividade nas fibras aferentes é projetada ao sistema nervoso central e há sensação na região do corpo em que a fibra aferente inerva.

Fantasma: Ocorre em membros não mais pertencentes ao corpo. A atividade de axônios sensoriais do membro amputado é julgada pelo sistema nervoso central como do membro ausente.
 
Quanto à fisiopatogênica:

Nociceptiva: Há ativação dos nociceptores na pele ou nos tecidos do corpo em resposta a um dano.
Neuropática: Há lesões no sistema nervoso central ou sistema nervoso periférico.

Psicogênica: Possui origem psicológica e não há ativação de nociceptores ou de vias sensoriais.
 
Quanto à duração:

Aguda: Tem causa bem definida e um tempo característico. A dor desaparece após a parada da injúria.

Crônica: Permanece após a lesão inicial geradora, é proveniente de impulsos anormais não inibidos e é influenciada por reações emocionais e neuro-vegetativas.
 
Características dos tipos de dor

1. Dor Rápida: dor sentida em pontada, agulhada – geralmente classificada como aguda – conduzida por fibras do tipo Ad. Mielinizadas. O impulso nervoso segue de 6 a 30m/s.

2. Dor Lenta: dor sentida em queimação, latejante, geralmente classificada como crônica – conduzida por fibras do tipo C. Fibra não mielinizada. O impulso segue de 0,5 a 2 m/s.

- Receptores da dor: todos são nociceptores – terminações nervosas livres. São estimulados por fenômenos mecânicos, térmicos ou químicos, podendo desencadear dores agudas ou crônicas. 

- Substâncias químicas álgicas: bradicinina, serotonina, histamina, acetilcolina, prostaglandinas, substância P, íons potássio, ácido lático dentre inúmeros outros mediadores. 

- Os receptores da dor não se adaptam (ou adaptam-se muito pouco) – fenômenos que aumentem a sensibilidade desses nociceptores causam hiperalgesia. 

Vias neurais da dor









a) Via Neoespinotalâmica (fibras Ad): caminham da periferia para a medula espinhal entrando na lâmina I de Rexed com decussação imediata, ascendendo para o tronco e posteriormente para o tálamo (complexo ventrobasal). Do tálamo a informação ascende para o córtex sensorial somático, caracterizando e localizando a dor. O neurotransmissor mais envolvido nestas conexões é o glutamato. 

b)  Via Paleoespinotalâmica (fibras C): caminham da periferia para a medula espinhal entrando na lâmina II e III de Rexed (substância gelatinosa) com decussação imediata ascendendo em direção ao tronco, Tecto do mesencéfalo e substância cinzenta periaquedutal seguindo, posteriormente, para o tálamo e hipotálamo. O neurotransmissor mais envolvido nesta via é a substância P.














Sistema Analgésico Modulador da dor

O cérebro possui regiões que quando ativadas liberam substâncias analgésicas para modulação da sensação dolorosa. Estes neurotransmissores produzem PIPS sobre os neurônios ascendentes condutores da dor.

- Sistema Opióide Central (endorfinas e encefalinas): beta-endorfina, metencefalina s, dinorfina e leuencefalina. Secretadas pela substância cinzenta periaquedutal, áreas periventriculares do mesencéfalo e pontas dorsais da medula espinhal.

- Serotonina: secretada pelo núcleo da Rafe magno e núcleo reticular paragigantocelular.
-          O Principal estímulo para a ação deste sistema de comporta da dor é o estresse. A liberação grande de noradrenalina, serotonina e adrenalina.




Sistema Analgésico Modulador da dor










Analgésicos e Anestésicos: locais de ação










SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO (SNA)
Características

Sistema Eferente: origem no SNC – leva ordens até os tecidos periféricos.
Vegetativo: controla reflexos vitais – respiração, frequência cardíaca, pressão arterial, digestão, deglutição, defecação...
Involuntário: funciona independente de nossa vontade.

Estrutura Geral
Fibras nervosas eferentes com o corpo no SNC (medula espinhal). Os nervos partem do SNC.
Sinapses com neurônios fora do SNC. Nos Gânglios. Os neurônios pós-ganglionares vão até os tecidos e órgãos efetores.
Portanto os nervos são formados por pares de fibras nervosas em sequência onde os axônios pré-ganglionares surgem dos corpos celulares na medula espinhal, fazem sinapses com fibras pós- ganglionares, cujos corpos estão nos gânglios fora do SNC.
Subdivisão: simpático e parassimpático. Divisão baseada em diferenças anatômicas e funcionais.








Divisão Simpática







Divisão Parassimpática

Ações do SNA








Simpático: medo, defesa e Estresse. Liberação de noradrenalina, principal neurotransmissor, e adrenalina (hormônio) na junção neuroefetora.
Parassimpático: repouso – pânico. Liberação de Acetilcolina, principal neurotransmissor, na junção neuroefetora.



VIDEO-AULAS

Fisiologia - Sistema Nervoso - Aula 1


Aula 2


Neurotransmissores


Curso sobre neurotransmissores e receptores


Acetilcolina


Como seu corpo reage a dor?


Fisiopatologia da dor e analgesia

Hipotálamo e as emoções


Simpático e parassimpático



Efeitos fisiológicos do sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático


A via eferente e a sensibilidade da pele


Sistema nervoso autônomo

Nenhum comentário:

Postar um comentário