Fisiologia Geral do
SNC
O SNC
Região Encefálica
O hipotálamo
Função e Características Gerais
Funções:
Controle das funções vitais involuntárias e reflexos (respiração, pressão,
temperatura, digestão dos alimentos e absorção de nutrientes, controle da
musculatura esquelética (movimentos), liberação de hormônios, entre outros).
Formação da memória, sensações, emoções, iniciativa, planejamento de ações
voluntárias entre outras atividades.
As
informações (periféricas) são integradas e as respostas montadas em três
níveis. Medular, sub-cortical e cortical.
Formado
por vários órgãos, tecidos e feixes (tratos).
As principais células do SNC são os neurônios.
Além das células da glia.
100
Bilhões de neurônios se comunicam através de sinapses químicas e elétricas.
Cada neurônio faz e recebe centenas a milhares de sinapses.
Nas
sinapses químicas são liberados neurotransmissores para comunicação entre as
células nervosas.
O
neurônio
Neurotransmissão
Neurotransmissores
Definição: SQ (substancias químicas)
utilizadas para comunicação entre os neurônios.
Natureza
química: aminoácidos (glicina, glutamato), derivados de aminoácidos
(serotonina, Noradrenalina, dopamina, histamina), peptídeos (encefalinas,
endorfinas), açucares (adenosina) e outros (acetilcolina).
Produzidas
a partir de moléculas precursoras, através de reações químicas enzimáticas, e
armazenadas em vesículas para posterior liberação para a fenda sináptica.
Liberação
das vesículas - Cálcio dependente. Fadiga e depleção de neurotransmissores.
Atuam
sobre receptores pré e pós-sinápticos. Gerando potencias estimulatórios ou
inibitórios ou ativando e desativando enzimas na célula alvo.
Um
mesmo neurônio pode produzir e liberar mais de um neurotransmissor.
Síntese de Adrenalina
Mecanismos de ação dos neurotransmissores
Receptores
de membrana. Glicoproteínas (uma ou mais cadeias de aminoácidos).
a)
Ativação direta de canais iônicos: abertura de canais de cloro, cálcio, sódio
entre outros.
b)
Receptores ligados à proteína G: Inibição ou Ativação interna de adenilato
ciclase ou fosfolipase (diminuição ou aumento de produção de AMPc, DAG
(diacilglicerol) e IP3 (trifosfoinositol) ,
abertura ou bloqueio de sódio, potássio, cloro, cálcio (modulador enzimático).
Os
efeitos sobre as células cessam quando o neurotransmissor é removido ou
metabolizado na fenda. A metabolização ocorre por reações catalisadas por
enzimas (geralmente existentes na fenda, em uma das duas células da sinapse).
Pode
ocorrer perda da função dos receptores com a ativação ou o bloqueio contínuo
dos mesmos (taquifilaxia) – Tolerância.
Principais neurotransmissores
1)
Dopamina- sistema
límbico - circuito de recompensa.
Fenômenos
comportamentais e motores; prazer, motivação, sensação de euforia.
Principais
receptores: D1 e D2.
2)
GABA-
(ácido gama-amino-butírico) - neurotransmissor de ação inibitória, atenuando os
efeitos da excitação quando gerada de forma inconveniente por outros
neurotransmissores.
40%
dos neurônios do SNC.
Principal
receptor = GABA A – promove a abertura de canais de cloro, diminuindo a geração
de impulsos nervosos nos neurônios pós-sinápticos.
3)
Serotonina ou 5HT-
todo o SNC e principalmente no tronco encefálico e nos núcleos da rafe.
-
Efeito modulador geral da atividade psíquica
-
Regula
o humor, afetividade, o sono, a percepção da dor, a atividade sexual, as
funções cognitivas, além de inúmeras outras funções fisiológicas como a
temperatura corporal e atividades hormonais.
-
Receptores principais denominam-se 5HT1 e 5HT2.
4)
Acetilcolina-
funções do SNC: memória (hipocampo) e a movimentação neuromuscular.
-
Após o seu uso a acetilcolina é desativada ainda na fenda, através da atuação
da enzima acetilcolinesterase.
-
Existem
dois tipos de receptores para a acetilcolina: os nicotínicos e os muscarínicos.
Os
receptores nicotínicos (canais iônicos de sódio) de natureza estimulatória.
Os
receptores muscarínicos tipo 1 e 3 (ligados à proteína G) estimulatórios.
Os
receptores muscarínicos tipo 2 (ligados à proteína G) inibitórios.
5)
Noradrenalina-
neurônios do locus ceruleus no tronco encefálico que ramificam para
extensa área do SNC.
Dois tipos de receptores (α e ß).
Dois tipos de receptores (α e ß).
Neurotransmissor
responsável pela integração das várias regiões do encéfalo em resposta aos
impactos estressores externos. Controle
da pressão sanguínea, controle dos estados afetivos em ação paralela à
serotonina. Participa nos processos de sedação e analgésica por ativação dos
receptores chamados α2 (inibitórios).
6)
B-Endorfinas e encefalinas - opiláceos endógenos.
Neurotransmissores de áreas do diencéfalo e do mesencéfalo (nucleus accumbens), importante na regulação da dor.
Neurotransmissores de áreas do diencéfalo e do mesencéfalo (nucleus accumbens), importante na regulação da dor.
As
B-endorfinas são liberadas pela hipófise posterior (neurohipófise) -
neuro-hormônios.
Os principais receptores das endorfinas são
os receptores opiáceos - receptores Mu, delta e kappa.
Controle do SNC sobre a Musculatura Esquelética
Reflexo motor (arco-reflexo)
Controle dos movimentos voluntários
Controle
motor piramidal: Ordem
direta do córtex motor para os neurônios motores. Menor interferência de outros
órgãos e tecidos do SNC.
Controle
motor Extrapiramidal: Muita interferência de outros tecidos e órgãos do SNC.
Controle dos movimentos musculares complexos e finos (escrever, pinçar,
segurar), locomoção e reflexo de postura.
Estímulos somestésicos
(sensoriais) e seus receptores
Sensações
somestésicas são aquelas de origem na superfície do corpo ou em estruturas
profundas.
Tato
Pressão
Calor/frio
Dor
Angulação
das articulações.
Receptores de Estímulos Fisiológicos
Células
modificadas capazes de gerar potenciais de ação (impulsos nervosos) a partir de
estímulos externos ao corpo específicos.
Classificação
dos receptores fisiológicos:
Mecanorreceptores: canais de sódio são
abertos por distensão da membrana
Ex.
barorreceptor, receptor de ponta expandida, receptor e pacini, corpúsculo de
meissner e de kreuse, terminal de ruffini, receptores cinestésicos da
articulação, fuso muscular, terminações nervosas livres (nocicepetor - dor).
Quimiorreceptores: potenciais gerados
por substâncias químicas específicas: Ex. papilas gustativas, células
olfativas, nociceptor.
Receptores
eletromagnéticos:
geração de potenciais por comprimentos de ondas eletromagnéticas.
Ex.
terminações nervosas livres (criorreceptor, termorreceptor, nociceptor, cones e
bastonetes (retina - visão)).
Principais receptores somestésicos
Principais receptores somestésicos da pele
(pressão, tato, dor).
Condução somestésicas pelo SNC
Vias
Aferentes – Condução Sensorial da Periferia para o Sistema Nervoso Central
1.Sistema
Coluna Dorsal – Lemnisco Medial
-
Suas fibras decussam no bulbo fazendo sinapse no núcleo cuneiforme e grácil,
ascendendo ao tálamo (núcleo póstero-lateral ventral).
-
Possuem grandes fibras nervosas mielínicas: Aa, Aß.
-
Alto grau de orientação: distinção entre dois pontos.
-
Detectam vibrações, pressão, sensações epicríticas
2.
Sistema Ântero-Lateral ou Espinotalâmico:
-
Suas fibras fazem decussação medular ascendendo ao tálamo.
-
Baixo grau de orientação.
-
Compostas por fibras mielinizadas menores ou não mielinizadas: Fibras C e
Fibras Ad.
-
Responsáveis por sensações dolorosas, térmicas, tato grosseiro, cócegas,
coceira e sensações sexuais – sensações protopáticas.
A DOR
Classificação da dor
Quanto
ao tipo:
Referida ou irradiada: Sentida em local diferente da sua origem e esta é também chamada de
visceral. Ramos das fibras viscerais fazem sinapse na medula com os neurônios
que inervam a pele.
Projetada: Não há comprometimento
do receptor e sua origem. Ocorre pela estimulação da via. A atividade nas
fibras aferentes é projetada ao sistema nervoso central e há sensação na região
do corpo em que a fibra aferente inerva.
Fantasma: Ocorre em membros não
mais pertencentes ao corpo. A atividade de axônios sensoriais do membro amputado
é julgada pelo sistema nervoso central como do membro ausente.
Quanto
à fisiopatogênica:
Nociceptiva: Há ativação dos
nociceptores na pele ou nos tecidos do corpo em resposta a um dano.
Neuropática: Há lesões no sistema nervoso central ou
sistema nervoso periférico.
Psicogênica: Possui origem
psicológica e não há ativação de nociceptores ou de vias sensoriais.
Quanto
à duração:
Aguda: Tem causa bem definida
e um tempo característico. A dor desaparece após a parada da injúria.
Crônica: Permanece após a lesão
inicial geradora, é proveniente de impulsos anormais não inibidos e é
influenciada por reações emocionais e neuro-vegetativas.
Características dos tipos de dor
1.
Dor Rápida:
dor sentida em pontada, agulhada – geralmente classificada como aguda –
conduzida por fibras do tipo Ad. Mielinizadas. O impulso nervoso segue de 6 a
30m/s.
2.
Dor Lenta:
dor sentida em queimação, latejante, geralmente classificada como crônica –
conduzida por fibras do tipo C. Fibra não mielinizada. O impulso segue de 0,5 a
2 m/s.
-
Receptores da dor: todos são nociceptores – terminações nervosas livres. São
estimulados por fenômenos mecânicos, térmicos ou químicos, podendo desencadear
dores agudas ou crônicas.
- Substâncias
químicas álgicas: bradicinina, serotonina, histamina, acetilcolina,
prostaglandinas, substância P, íons potássio, ácido lático dentre inúmeros
outros mediadores.
-
Os receptores da dor não se adaptam (ou adaptam-se muito pouco) – fenômenos que
aumentem a sensibilidade desses nociceptores causam hiperalgesia.
Vias neurais da dor
a)
Via Neoespinotalâmica (fibras Ad): caminham da periferia para a medula
espinhal entrando na lâmina I de Rexed com decussação imediata, ascendendo para
o tronco e posteriormente para o tálamo (complexo ventrobasal). Do tálamo a
informação ascende para o córtex sensorial somático, caracterizando e
localizando a dor. O neurotransmissor mais envolvido nestas conexões é o
glutamato.
b)
Via Paleoespinotalâmica (fibras C): caminham da periferia para a medula
espinhal entrando na lâmina II e III de Rexed (substância gelatinosa) com
decussação imediata ascendendo em direção ao tronco, Tecto do mesencéfalo e
substância cinzenta periaquedutal seguindo, posteriormente, para o tálamo e
hipotálamo. O neurotransmissor mais envolvido nesta via é a substância P.
Sistema Analgésico Modulador da dor
O
cérebro possui regiões que quando ativadas liberam substâncias analgésicas para
modulação da sensação dolorosa. Estes neurotransmissores produzem PIPS sobre os
neurônios ascendentes condutores da dor.
-
Sistema Opióide Central (endorfinas e encefalinas): beta-endorfina,
metencefalina s, dinorfina e leuencefalina. Secretadas pela substância cinzenta
periaquedutal, áreas periventriculares do mesencéfalo e pontas dorsais da
medula espinhal.
-
Serotonina: secretada pelo núcleo da Rafe magno e núcleo reticular
paragigantocelular.
-
O
Principal estímulo para a ação deste sistema de comporta da dor é o estresse. A
liberação grande de noradrenalina, serotonina e adrenalina.
Sistema Analgésico Modulador da dor
Analgésicos e Anestésicos: locais de ação
SISTEMA NERVOSO
AUTÔNOMO (SNA)
Características
Sistema
Eferente:
origem no SNC – leva ordens até os tecidos periféricos.
Vegetativo: controla reflexos
vitais – respiração, frequência cardíaca, pressão arterial, digestão,
deglutição, defecação...
Involuntário:
funciona
independente de nossa vontade.
Estrutura Geral
Fibras
nervosas eferentes com o corpo no SNC (medula espinhal). Os nervos partem do
SNC.
Sinapses
com neurônios fora do SNC. Nos Gânglios. Os neurônios pós-ganglionares vão até
os tecidos e órgãos efetores.
Portanto
os nervos são formados por pares de fibras nervosas em sequência onde os
axônios pré-ganglionares surgem dos corpos celulares na medula espinhal, fazem
sinapses com fibras pós- ganglionares, cujos corpos estão nos gânglios fora do
SNC.
Subdivisão:
simpático e parassimpático. Divisão baseada em diferenças anatômicas e
funcionais.
Divisão Simpática
Divisão Parassimpática
Ações do SNA
Simpático: medo, defesa e
Estresse. Liberação de noradrenalina, principal neurotransmissor, e adrenalina
(hormônio) na junção neuroefetora.
Parassimpático: repouso – pânico.
Liberação de Acetilcolina, principal neurotransmissor, na junção neuroefetora.
VIDEO-AULAS
Fisiologia - Sistema Nervoso - Aula 1
Aula 2
Neurotransmissores
Curso sobre neurotransmissores e receptores
Acetilcolina
Como seu corpo reage a dor?
Fisiopatologia da dor e analgesia
Hipotálamo e as emoções
Simpático e parassimpático
Efeitos fisiológicos do sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático
A via eferente e a sensibilidade da pele
Sistema nervoso autônomo
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